Erros que nenhum microempreendedor pode cometer
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A rotina de um negócio exige que o microempreendedor esteja sempre atento a vários pontos, que envolvem a administração do negócio como um todo.
Isso vai desde a camada fiscal e tributária de uma empresa até os cuidados com a organização do espaço físico.
Nesse sentido, o microempreendedor precisa estar ciente de todas as suas responsabilidades dentro do seu negócio, fazendo com que ele funcione de maneira adequada e evite possíveis dores de cabeça.
A abertura de uma microempresa é bastante facilitada: é possível abrir o CNPJ pela internet. No cadastro, é preciso colocar informações sobre nome, endereço e o enquadramento correto no segmento de atuação.
Isso deve ser feito cautelosamente, pois o valor do imposto possui variação de acordo com a atividade que será exercida, podendo ser ela no ramo de comércio, indústria ou prestação de serviço.
Algumas das características principais do microempreendedor individual são:
- Faturamento anual de até 81 mil reais;
- Não ter participação como sócio em nenhuma outra empresa;
- Contratação de, no máximo, um funcionário;
- Estar enquadrado entre as atividades econômicas previstas.
Atender a esses requisitos é parte importante de todo MEI, para que o seu enquadramento não seja alterado.
Os benefícios de ser um microempreendedor
Ser um microempreendedor também oferece vantagens. Isso porque o enquadramento surgiu, justamente, para que pessoas que exerciam atividades remuneradas de maneira irregular pudessem formalizar a sua situação.
Desse modo, além de permitir que a atuação do negócio seja regularizada, ainda é possível desfrutar de alguns tipos de benefícios oferecidos ao microempreendedor, tais como:
- Direito ao auxílio-maternidade;
- Afastamento remunerado em casos de saúde;
- Direito à aposentadoria;
- Isenção no pagamento de tributos federais (PIS, Cofins, IPI, etc);
- Abertura de conta em bancos, com o CNPJ;
- Acesso a crédito com juros baixos;
- Entre outros.
Todos esses incentivos visam oferecer ao pequeno empresário motivos mais do que suficientes para que ele possa regularizar a sua situação, de maneira a evitar problemas e ser beneficiado por isso.
Os 7 erros mais comuns do microempreendedor
Levando em consideração algumas das informações mencionadas acima, é preciso estar sempre em dia com vários pontos, evitando que o negócio seja prejudicado ou mesmo penalizado por cometer alguns dos erros mais comuns do MEI.
Seja uma pequena lanchonete, uma loja de materiais elétricos em americana, ou seja um prestador de serviços que atua em seu domicílio pela internet, é preciso se atentar para os pontos que serão abordados a seguir.
1. Não atender aos critérios de abertura do MEI
Para abertura da MEI, é preciso levar em conta os critérios estabelecidos pelos órgãos governamentais. Dentro das características mencionadas, é preciso localizar a modalidade correta de enquadramento do MEI.
O site do portal do empreendedor disponibiliza a lista das atividades permitidas. É preciso estar atento, principalmente, porque essa lista pode ser atualizada, tanto como uma entrada para novas ocupações quando com a saída de algumas delas.
Atualmente, as atividades que implicam em algum tipo de periculosidade já não fazem mais parte dos segmentos enquadrados para MEI, e precisarão alterar o seu regime para o de microempresa.
Além disso, é importante estar sempre com os dados atualizados no cadastro. Eles podem ser facilmente alterados diretamente pelo portal do empreendedor ou com um serviço de Contabilidade.
2. Esquecer da declaração do Imposto de Renda
O microempreendedor atua em duas esferas distintas. A primeira delas envolve os tributos referentes ao negócio, ou seja, como MEI ele precisa quitar todos os DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional e entregar a sua Declaração Anual do Simples Nacional em dia.
A segunda envolve as suas obrigações como pessoa física, e por isso, deve declarar o Imposto de Renda (IR) quando for necessário.
Assim, se o empreendedor recebeu uma quantia tributável acima de R$ 2.380 por mês, ele está obrigado a declarar o IR e, por isso, deve se informar sobre as datas e prazos, de modo a não ser prejudicado.
3. Não separar as contas da empresa e as pessoais
É muito comum ouvir casos de empresários que não realizam a divisão referente ao pró-labore e contas da empresa.
Apesar de ser comum, está longe de ser o mais indicado. Esse é um dos erros mais recorrentes de um MEI, atrapalhando o controle interno do negócio, podendo alterar dados importantes e prejudicar o fluxo de caixa.
Se o proprietário de um pequeno negócio como uma locadora de betoneira utilizar uma parte do valor que pertence ao caixa da empresa para seus gastos pessoais, ele certamente prejudicará as contas do estabelecimento, já que aquela quantia seria investida em uma outra atividade.
Por isso, o mais indicado sempre é que o empreendedor retire um pró-labore, que é o seu salário fixo. O valor excedente de faturamento deve ser sempre reinvestido no negócio, tornando possível o seu crescimento.
4. Falta de planejamento e controle financeiro
Ainda sobre o tema da administração financeira, é necessário que o MEI realize um planejamento, controlando os gastos e lucros, para que o negócio seja sustentável.
Conduzir as finanças de uma empresa é parte essencial do seu sucesso. Muitos dos estabelecimentos que estão fechando suas portas hoje certamente passaram por problemas de caixa.
Além disso, a má administração faz com que problemas surjam. Se uma lanchonete, por exemplo, precisa contratar um serviço oferecido por empresas de manutenção industrial, referente a uma modificação em sua cozinha e não pode pagar por ele, isso ocasionará problemas de funcionamento no estabelecimento, que podem levar à suspensão no atendimento.
Justamente por isso, o controle financeiro é uma das principais preocupações de um negócio, e deve ser feito de maneira cuidadosa, para que o negócio possa caminhar de maneira adequada.
5. Não optar pela contratação de serviços contábeis
Alguns empreendedores muitas vezes optam por não contratar os serviços contábeis para uma MEI, pegando para si a responsabilidade desses processos, ou mesmo pensando em economizar o investimento.
Esse pode ser um erro grave, já que essa “economia” pode gerar gastos futuros ainda maiores.
A contabilidade de um negócio vai muito além dos cupons emitidos por uma impressora ecf, ela é muito importante, pois pode prevenir problemas fiscais de grandes proporções.
Isso envolve desde o pagamento das DAS que deve ser feito sempre na data correta, até a Declaração Anual que também tem prazo para ser enviada.
Por isso, contar com os serviços de contabilidade pode auxiliar o micro empreendedor com o cumprimento das suas obrigações fiscais e também com a administração do negócio como um todo.
6. Não conhecer as exigências para o seu tipo de estabelecimento
Se a empresa possui um estabelecimento físico, ela precisa garantir que o seu espaço cumpra as exigências dos órgãos de fiscalização.
Para isso, ela precisará obter, por exemplo, o laudo instalações elétricas que atesta que toda a sua instalação está em perfeito funcionamento, evitando acidentes e prevenindo que seus equipamentos possam ser danificados.
Apesar de muitas vezes essas obrigações parecerem arbitrárias, elas visam a proteção tanto do público frequentador do local quanto da edificação da própria empresa.
Outro tipo de exigência muito comum em edificações, principalmente em prédios comerciais, é o laudo avcb que atesta que o local possui condições de combater um incêndio, caso isso venha a acontecer.
Por isso, o microempreendedor precisa estar bem informado sobre quais são as exigências respectivas ao seu negócio, evitando interdições pelos órgãos de fiscalização.
7. Não investir na estrutura do negócio
A boa estruturação de uma empresa é indispensável para o seu funcionamento. E por isso, o microempreendedor precisa investir em soluções para o seu negócio, de modo que ele possa estar preparado até para situações imprevistas.
Um exemplo disso é a instalação de um nobreak inteligente. Isso porque, em caso de queda de energia elétrica, o aparelho vai suprir a falta de luz no estabelecimento, impedindo que parte dos seus equipamentos parem de funcionar.
Outro exemplo é o da instalação de uma caixa d’água para que, em caso de falta de abastecimento na região, o estabelecimento não seja prejudicado.
Ou mesmo no caso de uma lanchonete, que possua instalação de gás encanado. Uma alternativa para que o negócio não seja prejudicado caso o fornecimento seja interrompido é sempre manter um botijão de gás 13kg como reserva e, se preciso, utilizá-lo.
Conclusão
Esses são alguns cuidados estruturais que podem fazer diferença na rotina de um MEI que possui um negócio físico.
Nesse cenário, um microempreendedor deve estar sempre atento ao seu negócio, seja em relação à parte administrativa ou seja nos cuidados com a parte física do seu negócio.
Isso evita erros muito comuns dentro de uma MEI, e faz com que o negócio possa funcionar de maneira orgânica e apresentar bons resultados.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.